
1º Livro
"O Meu Livro"
Data: 1999
Poemas: 65
Exemplares: 7
Coleção: Verão Índio
Editora: Edição particular - "home-made"
A DOR
E quando a noite cai,
A dor não sai.
Fria e escura,
Ela perdura.
Sem piedade,
Nem sepultura.
VIDA ÍNDIA
“Viver é a coisa mais estranha
Que conheço.”
Fabricamos a nossa morte lenta.
Somos mentirosos sem querer.
Somos inevitavelmente o que não queremos.
Mas há por vezes certos seres
Que têm um verão de sorte,
Que se prolonga até à morte.
“Um verão índio”.
Uma vida índia.
JÁ FOI...
Já foi tudo,
Ou quase tudo...
Tudo mudou,
Tudo ficou mudo.
O Verão parou de se manifestar
E aquele calor calou-se,
Num silêncio de acalmar.
Silêncio que calou almas, espíritos e corpos
E que fez renascer mortos.
Uma serenidade horizontal e mentirosa,
Que chegou a ser saborosa.
Já se foi o Verão grande.
O Verão grande chegou mesmo a ir!
Nasceu emotivo e morreu a sorrir.
Tinha tudo na palma da mão,
Pareceu-me real, mas foi tudo ilusão.